Fable:The Lost ChaptersPeter Molyneux pode não ter mais de dois best-sellers no currículo, mas o mundo dos videogames se curva diante de sua fama de designer genial, uma espécie de Shigeru Miyamoto ocidental. Embora seja realmente criativo e tenha sempre grande preocupação em tentar coisas novas, a carreira de Pete nesta geração será resumida ao único feito de ter se dedicado ao máximo na promoção de Fable como se este fosse "O melhor RPG de todos os tempos".
Quatro anos de desenvolvimento e de promoção ¿ tempo que é quase o ciclo de vida de um console ¿, tanto dinheiro e talento investidos e o resultado não vai muito além de um trivial RPG de ação. O que deu errado? O melhor é perguntar o que deu certo na investida de Molyneux no gênero RPG.
Black & White RPG
De todo brainstorm nos estúdios da Big Blue Box, apenas algumas poucas idéias foram aproveitadas em Fable, mais notadamente, o tema com o qual Molyneux sempre foi obcecado: a dicotomia bem versus mal e as conseqüências dos atos de uma pessoa.
O jogo começa com um tutorial muito interessante (um dos melhores momentos do jogo, por incrível que pareça) onde nosso projeto de herói, um menino sardento, é exposto aos primeiros dilemas de sua vidinha: devo dedurar o homem que está traindo a esposa com uma jovem camponesa ou aceito um suborno e me mantenho calado, perpetuando a traição? Devo ser bonzinho e recuperar Rosie, a ursinha de pelúcia que foi "raptada" por um delinqüente da vila, ou devo me juntar ao punk e queimar o pobre bibelô? A forma com que o jogo te coloca nestas situações é sempre muito bem feita e convincente, graças principalmente ao talento dramático dos dubladores, mas as conseqüências de cada escolha convergem sempre para uma situação comum, o que acaba por tornar todo o conceito mera superficialidade.
Boas ou más ações irão refletir no jogo na forma com que as pessoas te tratam e até fisicamente em seu personagem, pelo menos temporariamente, já que toda situação no jogo pode ser facilmente revertida. Quando opto por ser mau, por exemplo, com o passar do tempo e muito foco em ser ruim, meu personagem terá criado chifres e ficará com os olhos vermelhos. Mas caso este status não agrade, basta ir a um templo e doar dinheiro em troca de uma repentina paz espiritual e a garantia de que todas as suas más ações -- como dizimar uma cidade inteira ¿ serão prontamente esquecidas. Da mesma forma, o jogo te atribui um título de acordo com suas ações, mas estes também podem ser comprados, o que acaba por tornar a idéia sem graça.
É no mínimo interessante, entretanto, testar a reação das pessoas com diferentes cortes de cabelo, tatuagens e troféus (você pode exibir a cabeça de um monstro que matou, por exemplo). Sem falar do sadismo envolvido em algumas ações, como conquistar o coração de uma aldeã e casar-se só para poder espancá-la e conseguir um divórcio, isto é, centenas de pontos para seu lado mau.
Outro detalhe que agradou é a possibilidade de subir num palanque para anunciar ao povo o que você fará em uma determinada missão como, por exemplo, fazê-la sem sofrer um arranhão, ou melhor ainda, realizá-las vestindo apenas uma cueca. Este tipo de desafio rende um ouro a mais como recompensa.
Para muita gente, o lado The Sims do jogo, da personalização e experimentação, renderá alguns momentos de boa diversão e podem até mesmo suprir as inúmeras deficiências que, inevitavelmente, são o foco desta análise. O jogo ao menos tem o mérito de trazer um ar de frescor ao gênero, e isso é mais que bem vindo.
Kicking the arse
Se o sistema de reputação não foi eficiente como deveria, era de se esperar pelo menos uma parte de ação muito consistente. Não é o caso de Fable. Oitenta por cento do jogo é puro apertar de botões, mas este seu lado Devil May Cry fica imensamente prejudicado por uma interface pouco amigável e um controle desengonçado que, por mais que você se acostume a ele, jamais se torna confortável para tanto mata-mata.
O combate é até decente, com uma boa variação entre lutas corpo a corpo, arco e flecha e grande repertório de magias, porém o sistema de travar a mira em um inimigo é desastroso. Além de muito impreciso na hora de escolher um alvo e com uma movimentação de câmera digna de provocar ataques de epilepsia, este sistema ainda não evita que seus ataques sempre acertem quem deve e quem não deve. Imagine que em algumas missões você terá que escoltar pessoas através de lugares perigosos, e como se não bastasse serem um bando de sonsos que não se esforçam um mínimo para evitar o encontro com o inimigo, ao tentar defendê-los você sempre vai acertar tudo que está naquela área, ou seja, inimigo e vítima. É bem desagradável, principalmente para quem está tentando se enveredar pelo lado do bem e não quer perder pontos por atacar inocentes.
Além disso, o desenvolvimento do combate se mostrou mal balanceado a favor do uso de magias, uma vez que a inteligência artificial capenga do jogo facilita muito a vida de quem quer atacar a distância. As batalhas com os 'chefes' de fase são especialmente bobas, no estilo: dê um passo pro lado, evite o ataque, e atire no monstro que fica plantado no lugar.
Mais artificial que Ki-Suco
Todos os problemas não fazem de Fable um jogo ruim, mas apenas pouco convincente no que ele propõe. É o caso também de Albion, o mundo onde a aventura se passa.
Por um lado é impressionante ver os cenários cheios de vida e a boa técnica de luz e sombra aplicada ao ambiente, mas por limitações técnicas de hardware e má concepção, estamos presos a lugares muito limitados, florestas que são nada mais que pequenos corredores separados por inconvenientes pausas para carregamento. Não há qualquer liberdade para escalar, pular, explorar o cenário e descobrir surpresas (fora alguns óbvios metros quadrados escondidos atrás de certas trepadeiras). Liberdade de exploração deveria ser o básico para qualquer RPG, ainda mais quando temos um com tantas pretensões.
Também não é nada convincente a forma com que o jogo passa os objetivos ao jogador, centralizadas num 'hub', o Heroes Guild, que é como um 7-Eleven de Albion, onde heróis treinados estão disponíveis 24h para resolver qualquer problema do reino. No jogo você estará teleportando para este lugar, pegando uma missão, cumprindo-a e teleportando de volta para pegar mais uminha.
E ao invés de ter lojas específicas para comprar e vender armas e outros itens, ou para cortar o cabelo e fazer tatuagem, o jogo apenas soltou vários NPCs mercadores, sem qualquer distinção visual sequer, pelos cenários. Da mesma forma que você encontra monstros pela mata, poderá encontrará esses mercadores itinerantes que, não muito raro, acabam morrendo pelos mesmos golpes aplicados às vis criaturas.
Impecável mesmo só a parte sonora do jogo, agraciada por um belíssimo trabalho de dublagem com sotaque britânico e ótimas composições musicais para te deixar naquele clima todo especial.
O Veredicto: Fable é um jogo feito com amor e repleto de boas intenções, mas que nunca convence plenamente. Suas boas idéias quase sempre se autodestroem ao longo da jornada, restando ao jogador não mais que uma customização de personagem interessante e o conforto de curtir um jogo de ação que não dura mais que nove horas.
Requisitos Mínimos
Processador: Pentium IV 1.4 GHz ou Athlon equivalente
Velocidade do processador: 1.4 GHz
Memória RAM: 256 MB
Memória de vídeo: 64 MB
Direct3D: Sim
Sistemas Operacionas: Windows XP
Outros: Placa de vídeo com suporte a Shader 1.1
Informações Jogo e Arquivo:Gênero......................:RPG
Frequência..................:Inglês
Formato.....................:DVDFull
Servidor....................:RS
Partes Compactadas..........:22 partes
Tamanho dos arquivos........:100MB
Tamanho do último arquivo...:78MB
Tamanho total...............:2,12 GB
Tamanho descompactado.......:2,30GB
Compactação.................:.rar
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